O cenário da mobilidade elétrica no Brasil vive um momento marcante. Em julho de 2025, o mercado de carros eletrificados superou todas as expectativas e alcançou 25.145 unidades vendidas, registrando o melhor desempenho mensal da história.
A tendência de crescimento já vinha sendo observada nos meses anteriores, mas agora o avanço foi ainda mais expressivo, refletindo uma mudança de comportamento do consumidor e o fortalecimento das alternativas tecnológicas no setor automotivo.
A força dos híbridos plug-in e dos elétricos puros
Dentro desse recorde, os híbridos plug-in (PHEV) foram os grandes protagonistas, com 8.644 unidades emplacadas no período. Esses modelos combinam a praticidade de um motor a combustão com a eficiência de um motor elétrico recarregável na tomada, oferecendo o que há de mais equilibrado entre autonomia e sustentabilidade — fator que vem atraindo um número cada vez maior de consumidores urbanos.
Logo atrás, os veículos 100% elétricos (BEV) também surpreenderam. Foram 7.010 unidades vendidas, consolidando a crescente aceitação do público por automóveis movidos exclusivamente a bateria. Esse número reforça não apenas o interesse por tecnologias limpas, mas também o avanço da infraestrutura de recarga nas grandes cidades e estradas brasileiras.
Híbridos tradicionais mantêm estabilidade nas vendas
Apesar do foco crescente nos modelos com recarga externa, os híbridos convencionais (HEV) continuam desempenhando papel relevante. Em julho, foram 2.336 unidades vendidas, representando consumidores que buscam economia de combustível sem depender de pontos de carregamento.
Já os HEV Flex, que funcionam com etanol ou gasolina combinados ao motor elétrico, somaram 1.026 unidades emplacadas, evidenciando que o Brasil segue investindo em soluções adaptadas à realidade local — sobretudo por conta da popularização do etanol como alternativa mais limpa.
Micro-híbridos crescem silenciosamente
Outro grupo que segue em ascensão é o dos micro-híbridos (MHEV), que utilizam sistemas elétricos auxiliares para reduzir o consumo e emissões, principalmente em situações de parada e retomada. Em julho, foram 6.129 unidades — com os sistemas 12V representando 4.690 dessas vendas e os mais robustos 48V somando 1.439. Embora discretos, esses modelos são estratégicos para montadoras que desejam reduzir as emissões sem grandes alterações mecânicas.
Região Sudeste lidera com folga o mercado de eletrificados
O avanço dos eletrificados no Brasil também tem forte recorte geográfico. A região Sudeste concentrou 46,2% do total de vendas, com 8.781 veículos emplacados, o que mostra a força dos grandes centros urbanos e a maior disponibilidade de infraestrutura.
O Sul aparece em segundo lugar com 3.446 carros vendidos, seguido de perto pelo Nordeste, que teve 3.295 emplacamentos, revelando um bom desempenho mesmo em regiões onde a malha de recarga ainda é incipiente. O Centro-Oeste contribuiu com 2.664 unidades, enquanto o Norte, apesar de representar apenas 4,4% do mercado (830 veículos), também mostrou crescimento em relação aos meses anteriores.
São Paulo e Brasília puxam a expansão urbana
Entre os municípios, São Paulo mantém a liderança nacional com 2.456 veículos eletrificados vendidos apenas em julho. A capital federal, Brasília, segue como segundo maior polo com 1.573 unidades, e o Rio de Janeiro aparece em terceiro com 736 veículos emplacados. Ainda figuram no topo Belo Horizonte (732) e Curitiba (535), evidenciando a tendência nas grandes metrópoles.



