A BYD acaba de deixar o cenário automotivo ainda mais instigante. A gigante chinesa registrou oficialmente no Brasil o Super 9, um supercarro elétrico conceitual que ignora convenções e aposta em uma estética radical: sem teto, sem para-brisa e com dois cockpits separados.
O modelo, revelado pela submarca de luxo Fang Cheng Bao, surgiu inicialmente para celebrar os 30 anos da BYD, mas seu registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) indica que a marca quer protegê-lo estrategicamente em território nacional.
Uma escultura sobre rodas com assinatura europeia
O responsável pela assinatura visual do Super 9 é ninguém menos que Wolfgang Egger, ex-designer da Lamborghini, Audi e outras marcas de prestígio europeias. O projeto, embora 100% chinês em sua origem, traz uma linguagem global e mistura o refinamento do design italiano com a ousadia típica dos carros-conceito asiáticos.
De frente, o carro exibe um capô longo, esculpido, com vincos agressivos que conduzem o olhar até os faróis recortados em LED. O para-choque adota entradas de ar gigantescas, reforçando o compromisso com a aerodinâmica — vital em modelos de alto desempenho. A traseira, por sua vez, apresenta um conjunto de lanternas finas e afiladas, que fazem alusão ao logotipo da Fang Cheng Bao, uma das submarcas premium da BYD, posicionada abaixo da Yangwang e acima da Denza no portfólio da marca.
Estilo de Fórmula 1 e imersão total ao dirigir
Se o exterior já impressiona, o interior do Super 9 é ainda mais surpreendente. Em vez de uma cabine integrada, o carro oferece dois cockpits completamente separados, uma configuração que aumenta o apelo esportivo e evoca sensações similares às de carros de corrida. Essa divisão é feita por uma estrutura em fibra de carbono que percorre o centro do veículo, reforçando tanto o estilo quanto a rigidez da carroceria.

Aliás, sem teto e sem para-brisa, a sensação de imersão na velocidade é total. O único elemento presente para amenizar o impacto do vento é um pequeno defletor transparente, posicionado estrategicamente à frente de cada ocupante. O volante é do tipo esportivo, achatado e recheado de comandos inspirados em modelos da Fórmula 1, o que deixa claro o DNA de performance do projeto.
Supercarro elétrico com alma de conceito e cara de futuro
Embora a BYD ainda não tenha revelado dados técnicos oficiais como potência, torque ou autonomia do Super 9, o modelo serve como exercício criativo e tecnológico da marca. Ele foi projetado para demonstrar domínio de engenharia, aerodinâmica e design, além de posicionar a divisão Fang Cheng Bao como uma concorrente direta de marcas como Lotus, Polestar e até Bugatti em seus momentos mais experimentais.
O registro no Brasil, por enquanto, não garante sua venda, mas abre caminho para possíveis ativações comerciais ou, ao menos, exibições estratégicas no mercado nacional. Considerando o apetite da BYD por crescer em solo brasileiro, não seria surpresa se o modelo aparecesse futuramente em eventos automotivos ou como vitrine de tecnologia de ponta da empresa.