No interior do Rio de Janeiro, o Complexo Industrial da Nissan em Resende acaba de ultrapassar um marco significativo: 700 mil veículos produzidos desde o início da operação, em 2014. A unidade, que ganhou destaque nacional ao introduzir modelos como o March e o Versa, entra em uma nova fase com a chegada do Kicks 2025, um SUV que simboliza a consolidação da marca no país.
O modelo que selou o feito foi um Kicks Sense Branco Diamond, cor que, aliás, lidera a preferência dos consumidores entre os veículos produzidos na planta. Mais de 219 mil unidades já saíram com essa tonalidade da linha de montagem, reflexo direto do perfil do público brasileiro, que costuma associar carros brancos a elegância e praticidade.
Fábrica de Resende passa por modernização e amplia equipe
Por trás do número expressivo está um investimento robusto: R$ 2,8 bilhões foram aplicados pela montadora japonesa para reestruturar a unidade fluminense, num processo que levou dois anos e incluiu modernização de equipamentos, nova infraestrutura e requalificação da cadeia logística.
A planta agora conta com tecnologias como corte a laser, soldagem plástica por ultrassom e injeção de plásticos de última geração, que aumentam a eficiência do processo fabril. A logística interna foi redesenhada para melhorar os fluxos da produção, com novos espaços de armazenamento, sistemas otimizados de movimentação e rastreamento de peças.
O setor de motores também recebeu atenção especial: foram incorporados novos robôs industriais e estações automatizadas para dar conta da produção do motor 1.0 turbo, que equipa o novo Kicks, além do já conhecido 1.6 aspirado, ainda presente na versão Play.
Esse avanço exigiu mão de obra especializada. Para suportar a nova demanda, foram contratados 400 novos funcionários, elevando o número de colaboradores próprios para cerca de 2.500. Quando somados terceirizados e fornecedores, são mais de 3.200 pessoas envolvidas diretamente com a operação de Resende.
Produção nacional com ciclo completo e estrutura de ponta
A planta da Nissan é uma das poucas no Brasil a operar com ciclo completo de produção. Isso significa que ali acontecem desde as etapas de estamparia, pintura e chaparia, até a injeção de plásticos, montagem final e testes dinâmicos em pista dedicada. Essa verticalização dá à montadora mais controle sobre qualidade, custos e tempo de entrega — algo essencial num mercado competitivo como o de SUVs compactos.
A linha de produção opera em dois turnos, com capacidade para abastecer tanto o mercado nacional quanto países vizinhos. Ao todo, mais de 1,33 bilhão de peças já passaram pela fábrica, movimentando impressionantes 63,7 mil carretas para distribuição dos veículos desde 2014.