A Toyota acaba de dar um passo estratégico em direção ao futuro da mobilidade rural no Brasil. Durante a Agrishow 2025, em Ribeirão Preto (SP), a marca japonesa apresentou oficialmente ao público o protótipo da Hilux movida a biometano — um avanço pioneiro no segmento das picapes sustentáveis e um marco na transição energética do setor automotivo vinculado ao agronegócio.
Um novo fôlego verde para a Hilux
A Toyota Hilux, referência de robustez e confiabilidade no uso rural, surge agora em uma versão impulsionada por biometano, gás gerado a partir de resíduos orgânicos, como os subprodutos da cana-de-açúcar. A tecnologia, que transforma dejetos da agroindústria em energia renovável, permite que a picape opere com emissões significativamente reduzidas, sem comprometer desempenho ou capacidade de carga.

A proposta é clara: integrar a Hilux ao ciclo produtivo sustentável do campo, onde o combustível pode ser gerado localmente, em biodigestores ou usinas instaladas na propriedade rural. Essa circularidade energética coloca o agronegócio como protagonista da própria descarbonização, reduzindo custos logísticos e a dependência de combustíveis fósseis.
Agrishow como vitrine para a inovação automotiva rural
A edição de 2025 da Agrishow foi palco da primeira exibição pública da Hilux biometano, após uma prévia técnica feita durante o G20 Energy Transition Week, em Foz do Iguaçu. Ao lado do protótipo, o estande da Toyota exibiu também seus modelos híbridos flex, que vêm sendo desenvolvidos localmente para atender ao perfil do consumidor brasileiro, cada vez mais atento à sustentabilidade.
Durante o evento, Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, destacou que a iniciativa reforça o compromisso da marca em promover “soluções reais para a mobilidade verde”, com atenção às demandas específicas do país. “A Hilux a biometano representa uma convergência entre tecnologia de ponta, viabilidade econômica e respeito ambiental”, afirmou.
Biometano: o combustível do agro inteligente
Entre os grandes trunfos da proposta está a natureza do biometano, um gás que pode ser produzido de forma descentralizada e que possui alto poder calorífico, semelhante ao do GNV (gás natural veicular). Porém, com a vantagem de ser carbono neutro quando considerado em seu ciclo completo. Isso o torna ideal para o Brasil, especialmente para regiões com grande produção de resíduos agroindustriais.

No caso da Hilux, essa aplicação é simbólica e estratégica. Trata-se de uma das picapes mais utilizadas em ambientes rurais, onde resistência, tração e autonomia são essenciais. Ao adotar o biometano como fonte energética, a Toyota não apenas reduz as emissões de CO₂, mas também abre um precedente para o uso de veículos sustentáveis em operações agrícolas em larga escala.