O segmento de SUVs mais vendidos no Brasil acaba de registrar uma mudança importante de liderança. Na primeira quinzena de agosto de 2025, o Toyota Corolla Cross se destacou ao conquistar a ponta com 3.888 unidades emplacadas, deixando o Volkswagen T-Cross na segunda posição, com 3.464 vendas no mesmo período. A disputa entre os dois modelos mostra que a preferência dos brasileiros segue dividida, mas com leve vantagem momentânea para o SUV da Toyota.
Esse cenário revela mais do que simples números: é um reflexo da crescente competição entre SUVs médios e compactos, onde o consumidor valoriza conforto, espaço interno, conectividade e — principalmente — custo-benefício. Enquanto o T-Cross, da Volkswagen, mantém histórico de bons resultados nas concessionárias, o avanço do Corolla Cross sugere que a Toyota acertou em cheio na fórmula de versatilidade com sofisticação.
O que impulsiona o Corolla Cross
Lançado como uma alternativa mais alta ao tradicional Corolla sedã, o Corolla Cross vem ganhando terreno por combinar confiabilidade mecânica, espaço interno generoso e uma gama de versões que atendem tanto quem busca tecnologia embarcada quanto quem valoriza o básico bem feito. A presença de uma versão híbrida flex ajuda a posicioná-lo entre os modelos com apelo sustentável, mesmo que os elétricos puros ainda não tenham entrado no top 10.
Aliás, é importante destacar que nenhuma versão 100% elétrica aparece na lista dos SUVs mais vendidos de agosto até agora. Embora as marcas estejam expandindo suas opções de veículos elétricos, a preferência nacional ainda recai sobre combustão e híbridos, com foco em praticidade, autonomia e preço competitivo.
T-Cross e Creta: pressão constante no pódio
Mesmo fora do primeiro lugar, o Volkswagen T-Cross segue como um dos favoritos do mercado, principalmente pelo equilíbrio entre dirigibilidade urbana, performance e design. Seu motor 1.0 TSI é um dos mais eficientes da categoria e ainda conta com boa oferta de conectividade e segurança, o que o mantém competitivo.

Na terceira colocação, o Hyundai Creta aparece com 3.211 unidades. O SUV coreano, que tem como destaque a versão Ultimate com motor 2.0 aspirado e visual renovado, se mantém sólido nas vendas e reforça o protagonismo da marca no segmento familiar.
Fastback, Pulse e outros destaques do ranking
A Fiat, por sua vez, emplacou dois modelos entre os cinco primeiros: o Fiat Fastback, com 2.518 unidades, e o Fiat Pulse, que somou 2.343 vendas. Ambos representam a estratégia da marca italiana de investir em design diferenciado e mecânica eficiente com motores turbo em versões topo de linha, o que atrai jovens motoristas e consumidores que buscam desempenho com economia.

Mais abaixo, o Chevrolet Tracker (2.314 unidades) e o Volkswagen Nivus (2.270) também se destacam por oferecer boa relação custo-benefício, enquanto o recém-lançado Volkswagen Tera já mostra força com 2.043 vendas, mesmo em fase inicial de mercado.
O Honda HR-V, por sua vez, se aproxima dos 2.000 emplacamentos (1.990 unidades), mantendo a marca relevante na disputa. Modelos tradicionais como Jeep Compass (1.807) e Renegade (1.300) seguem perdendo espaço, reflexo de um mercado que busca cada vez mais atualizações tecnológicas e estética contemporânea.
Marcas chinesas e a lenta escalada dos eletrificados
Os SUVs de origem chinesa, como o BYD Song (1.280) e o GWM Haval H6 (1.211), continuam aparecendo no ranking, mas ainda não figuram como ameaças diretas aos líderes. Mesmo com boa autonomia elétrica e acabamento refinado, a limitação de rede de concessionárias, preço elevado e infraestrutura de recarga ainda são barreiras que impedem um crescimento mais acelerado dos elétricos puros.
É curioso observar que, apesar do crescimento das vendas de híbridos e elétricos em faixas mais altas do mercado, o consumidor médio ainda opta por combustão ou híbrido flex, o que reforça a importância de políticas de incentivo e infraestrutura para a mobilidade elétrica realmente decolar no país.



