A ascensão da BYD no mercado brasileiro é um dos capítulos mais impressionantes da indústria automotiva recente. Em menos de três anos, a montadora chinesa saiu do anonimato para se tornar uma das principais forças entre os fabricantes de veículos eletrificados no país. Em julho de 2025, a marca ultrapassou a marca de 150 mil unidades emplacadas no Brasil, coroando sua trajetória com um crescimento vertiginoso.
O marco simbólico foi alcançado com a entrega de um Song Pro a um cliente da cidade de Fortaleza (CE), um entusiasta da mobilidade elétrica que, sozinho, já soma oito veículos da montadora na garagem — sete deles totalmente elétricos e um híbrido. A fidelidade não é por acaso: os modelos da marca oferecem tecnologia de ponta, eficiência energética e um custo-benefício difícil de ignorar.
Uma escalada impressionante nas vendas
Para entender o impacto dessa marca, basta olhar os números. Em 2022, ano de estreia da BYD no Brasil, foram apenas 260 veículos emplacados. No ano seguinte, esse número saltou para 17.937 unidades. Mas foi em 2024 que a curva de crescimento se tornou exponencial: mais de 76 mil veículos vendidos em doze meses. E agora, com os dados de 2025 fechando julho com 56.956 carros vendidos, a expectativa é que a marca quebre seu próprio recorde até o final do ano.
Esse ritmo de crescimento coloca a BYD como a nona maior montadora em volume de vendas de veículos novos no Brasil, posição que já incomoda marcas consagradas como a Honda. A aproximação acelerada é reflexo de uma estratégia que une tecnologia, expansão da rede e preços competitivos — além de forte apelo sustentável.
Song Pro: símbolo da virada chinesa
O BYD Song Pro tem sido um dos protagonistas dessa virada. O SUV médio, que também é o modelo mais exportado da China atualmente, combina visual robusto com um interior refinado e recheado de tecnologias. A versão vendida no Brasil traz motorização híbrida plug-in (PHEV), o que permite rodar em modo 100% elétrico em trajetos urbanos e acionar o motor a combustão em viagens mais longas.

Com um conjunto mecânico que oferece potência combinada de até 235 cv, o Song Pro entrega desempenho acima da média para a categoria, sem abrir mão da eficiência. A autonomia em modo puramente elétrico ultrapassa os 70 km, ideal para o uso diário nas grandes cidades.
No interior, destacam-se o painel digital, o sistema multimídia com tela giratória, bancos com ajustes elétricos, acabamento de alto nível e um bom espaço interno. São detalhes que, juntos, elevam o padrão de conforto para um patamar difícil de encontrar em concorrentes com preço semelhante.
Expansão industrial e aposta nacional
Além dos lançamentos estratégicos, a BYD também fortaleceu sua operação no país ao inaugurar sua primeira fábrica fora da China, em Camaçari, na Bahia. A planta ocupa parte do espaço que anteriormente pertencia à Ford e promete ser um pilar central para a expansão local da marca.
Com a nacionalização da produção, a expectativa é reduzir os custos logísticos e tornar os veículos ainda mais acessíveis, ao mesmo tempo em que amplia a rede de pós-venda e assistência técnica. Isso deve impactar positivamente os próximos lançamentos, como os aguardados Dolphin Mini e Seal U.
A estrutura fabril em território brasileiro também coloca a marca em vantagem competitiva frente a outras montadoras asiáticas e europeias, que ainda operam com volume importado e enfrentam oscilação cambial e burocracias alfandegárias.
Projeções e próximos passos
Se mantiver o ritmo atual, a BYD pode alcançar a marca de 100 mil unidades em 2025 antes mesmo do último trimestre, consolidando sua posição como a montadora que mais cresce no Brasil. O foco permanece em veículos eletrificados, mas com a ampliação da linha para híbridos e carros populares eletrificados, a tendência é atingir novos públicos.



