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Etanol mais competitivo que gasolina: entenda por que o biocombustível voltou a valer a pena

O etanol hidratado está ganhando novamente o posto de combustível mais vantajoso em diversas regiões do Brasil, mesmo em um cenário de aumento nos preços. Enquanto a média nacional aponta alta no valor por litro, a relação de custo-benefício tem favorecido o biocombustível em quatro estados. Esse movimento reacende discussões sobre eficiência, economia e o papel estratégico do etanol no futuro da mobilidade brasileira.

Oscilação nos preços, mas com vantagem preservada

De acordo com dados atualizados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 14 e 20 de setembro de 2025, o preço médio do etanol subiu para R$ 4,29, frente aos R$ 4,22 da semana anterior. A alta de 1,66% afetou 16 estados e o Distrito Federal, sendo Goiás o maior destaque, com aumento de 12,03%. Já em São Paulo, maior produtor e consumidor, o reajuste foi mais contido, subindo apenas 0,74% — o suficiente para manter a atratividade do combustível nos postos.

Mesmo com o avanço dos preços, o etanol segue mais barato que a gasolina em locais onde a produção é forte, e os custos logísticos são mais baixos. Isso significa que abastecer com o biocombustível nesses estados ainda faz sentido econômico — especialmente para veículos flex, que dominam a frota nacional.

Etanol ganha espaço em quatro estados

A competitividade do etanol depende diretamente de sua paridade de preço com a gasolina. Essa relação é medida em porcentagem e, sempre que o etanol custa até 70% do valor da gasolina, ele passa a ser mais vantajoso do ponto de vista financeiro. A média nacional atual está em 69,19%, um sinal verde para motoristas que querem economizar sem abrir mão da performance.

Com base nessa métrica, quatro estados estão com paridade abaixo do limite crítico, tornando o etanol a melhor escolha na bomba:

  • São Paulo
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Paraná

Esses estados compartilham fatores determinantes para essa vantagem: grande produção de cana-de-açúcar, presença de usinas locais e infraestrutura eficiente de distribuição. Isso mantém os custos do biocombustível em patamares mais acessíveis e garante sua sustentabilidade comercial.

Diferenças regionais expõem disparidade de preços

Enquanto o etanol sai por R$ 3,19 em alguns postos de São Paulo, chega a R$ 6,49 em Pernambuco — quase o dobro. O estado com menor preço médio é Mato Grosso do Sul, com R$ 3,89, enquanto o mais caro é o Amazonas, com R$ 5,51 por litro. Essa desigualdade regional reforça a importância de o consumidor ficar atento à variação de preços e considerar a eficiência energética do combustível no modelo de veículo que utiliza.

Aliás, veículos mais modernos e bem calibrados para a queima de etanol tendem a ter melhor rendimento, reduzindo a diferença de consumo quando comparado à gasolina. Isso amplia a vantagem real para o bolso.

Etanol como aposta estratégica do setor automotivo

O cenário atual não apenas confirma a resiliência do etanol como também fortalece seu papel no ecossistema automotivo brasileiro. Além de ser uma fonte renovável, o combustível se posiciona como alternativa viável à gasolina em tempos de instabilidade de preços do petróleo e pressão por mobilidade limpa.

Montadoras instaladas no Brasil seguem investindo em tecnologias flex e híbridas com motor a combustão abastecido com etanol, considerando a vocação agrícola e o potencial energético do país. Isso inclui estudos para novos modelos que otimizem o consumo do biocombustível, ampliando ainda mais a eficiência térmica dos motores a etanol.

O motorista no centro da decisão

Com o etanol voltando a apresentar vantagem concreta em quatro estados, os motoristas devem acompanhar os indicadores semanais da ANP e calcular o custo-benefício local com frequência. Basta dividir o preço do etanol pelo da gasolina: se o resultado for menor que 0,70, o etanol tende a valer mais a pena.

A decisão entre um combustível e outro continua sendo um cálculo regional, mas o etanol se mostra, mais uma vez, como uma escolha inteligente para quem busca economia, sustentabilidade e desempenho em equilíbrio.