Em um segmento saturado por opções como Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e Nissan Kicks, a Volkswagen aposta no Tera como sua nova cartada no mercado de SUVs compactos. E mesmo parecendo um hatch de teto elevado à primeira vista, o modelo conquistou rapidamente seu espaço nas concessionárias e nas ruas.

Só na primeira quinzena do mês, o Tera já apareceu entre os 10 carros mais vendidos do país, sinalizando que sua proposta enxuta e tecnológica está encontrando público. A estratégia da VW é clara: oferecer duas versões bem distintas para atender desde quem busca um carro urbano com bom preço até quem quer desempenho, segurança e equipamentos mais refinados.

Versão aspirada: simplicidade que não decepciona

Na base da linha está o VW Tera 1.0 MPI, equipado com motor flex aspirado de três cilindros e câmbio manual de cinco marchas. É a única versão da gama com esse conjunto mecânico e tem preço sugerido de R$ 105.890. O motor entrega até 84 cv com etanol e 10,3 kgfm de torque, suficientes para empurrar os seus 1.078 kg de maneira honesta no uso urbano.

O desempenho, como esperado, não é seu ponto forte. O zero a 100 km/h é feito em 13,8 segundos, mas a grande sacada está no equilíbrio entre simplicidade e tecnologia. O Tera de entrada é o primeiro SUV da VW com frenagem autônoma de emergência de série nessa faixa de preço — um recurso raro entre rivais diretos com motorização similar.

Apesar da performance discreta, o modelo se comporta bem na cidade. O câmbio manual é preciso e facilita retomadas quando bem conduzido, mesmo que exija atenção extra em ultrapassagens na estrada. O consumo moderado e o custo de manutenção acessível também são pontos positivos para quem busca economia no dia a dia.

Outro destaque é a central multimídia de 10,1 polegadas, uma das melhores da categoria em termos de nitidez e brilho. Ela já vem com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, além de conectividade com apps da própria VW.

Versão turbo: eficiência, desempenho e equipamentos de primeira

Subindo para o topo da gama, o VW Tera Highline 1.0 TSI entrega uma experiência bem mais refinada. Com motor turbo de 116 cv com etanol (ou 109 cv com gasolina) e torque de 16,8 kgfm, ele garante respostas ágeis no trânsito e muito mais segurança em estradas. O câmbio automático de seis marchas e a calibração bem ajustada ajudam o carro a acelerar de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos, mesmo com os 1.169 kg a mais.

Mas o Tera High vai além da mecânica. Os freios a disco nas quatro rodas aumentam a confiança na condução e colocam o modelo em vantagem sobre muitos concorrentes. O acabamento interno, com materiais de toque macio e visual sóbrio, valoriza a cabine. Quem viaja atrás encontra espaço adequado, sobretudo para ocupantes de até 1,70 m de altura, com bancos bem moldados e ergonomia acertada.

No pacote de conforto, o modelo oferece ainda carregador de celular por indução com refrigeração e controle de fluxo, apoio de braço central ajustável e ar-condicionado automático digital. A central multimídia é a mesma da versão de entrada, mas complementada com mais recursos de conectividade e controle por comandos de voz.

A estabilidade em curvas surpreende para um SUV compacto, resultado do bom acerto de suspensão e da direção elétrica progressiva. O Tera turbo não é apenas mais rápido: ele transmite sensação de controle e segurança, sem abrir mão do conforto.

Conectividade, segurança e eficiência: os pilares do Tera

Independentemente da versão, o Tera entrega um pacote tecnológico generoso, com foco em segurança e conectividade. Além da frenagem autônoma de emergência, a versão topo de linha pode incluir itens como monitoramento de pressão dos pneus, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré e controle de tração e estabilidade.

A VW também aposta na estratégia de oferecer atualizações over-the-air (OTA) para a central multimídia, permitindo correções e melhorias sem necessidade de visitas à concessionária.

Ambas as versões compartilham a plataforma MQB-A0, a mesma de Polo e Nivus, conhecida pelo bom compromisso entre custo, espaço interno e dirigibilidade. O porta-malas de 415 litros acomoda bem a bagagem de pequenas famílias, e o ajuste de suspensão está voltado ao conforto no uso urbano com bom isolamento de buracos e desníveis.