Ícone do design italiano, o Fiat 500 está pronto para recomeçar uma nova fase — agora, com motorização híbrida leve, câmbio manual e um conjunto mais acessível. A novidade marca o retorno do modelo ao universo dos motores a combustão, mas com uma proposta atualizada para atender à demanda por eficiência e economia. O grande destaque fica para a adoção do motor 1.0 Firefly de três cilindros, já bem conhecido no Brasil, e a estreia de um sistema mild-hybrid de 12 volts, o mesmo usado em modelos como o Pulse.
O lançamento da nova versão híbrida está previsto para novembro, diretamente da fábrica de Mirafiori, em Turim, onde o Fiat 500 nasceu em 1957. A proposta é clara: tornar o carro mais acessível e competitivo, sem perder o charme e a proposta urbana que fizeram dele um clássico.
Design atemporal com nova proposta mecânica
Embora tenha nascido como um modelo 100% elétrico, o novo Fiat 500 híbrido surge como resposta à desaceleração da eletrificação total na Europa e à necessidade de manter viva uma das linhas mais carismáticas da marca. Com a adição do motor Firefly, o modelo entrega potência na casa dos 70 cv, sempre acoplado a uma transmissão manual de seis marchas, o que reforça seu apelo para quem busca economia e controle ao dirigir.

A mecânica híbrida leve, por sua vez, atua de forma sutil. O sistema mild-hybrid de 12v é responsável por auxiliar nas partidas e retomadas, aliviando o consumo de combustível e suavizando a transição entre giros baixos e médios. Ele não é capaz de movimentar o carro sozinho, mas contribui para um desempenho mais eficiente no uso urbano, justamente onde o Fiat 500 se sente mais à vontade.
Interior renovado com foco em conectividade e segurança
Dentro da cabine, o novo Fiat 500 híbrido também não decepciona. O painel agora traz instrumentação digital com tela de 7 polegadas, além da central multimídia Uconnect 5 de 10,25 polegadas, que oferece conectividade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. Tudo isso reforça a modernização do compacto, que mesmo pequeno por fora, oferece um pacote tecnológico digno de segmentos superiores.
Nos quesitos de segurança, o modelo também avança. A nova geração inclui seis airbags, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa e leitor de placas de trânsito. Sistemas que o tornam apto para enfrentar os desafios do tráfego urbano moderno, sem comprometer a leveza e a simplicidade que sempre fizeram parte de sua identidade.
Três carrocerias e série especial de estreia
Seguindo a tradição da linha 500, a versão híbrida será lançada com três opções de carroceria: a clássica hatch de duas portas, a diferenciada 3+1 — com uma porta extra no lado do passageiro com abertura invertida — e a desejada versão Cabrio, com teto retrátil de tecido.
A Fiat também prepara uma edição especial batizada de 500 Torino, em homenagem à cidade que deu origem ao modelo. A série trará detalhes únicos de acabamento e promete atrair os entusiastas do design italiano.
Preço competitivo e estratégia de escala

O preço inicial de € 17.000, praticamente metade do valor do atual 500 elétrico, coloca o modelo em um novo patamar competitivo. Mais do que uma opção de entrada para quem quer um carro estiloso e funcional, o Fiat 500 híbrido sinaliza uma nova fase da Stellantis, que pretende ampliar a produção na fábrica de Mirafiori e alcançar a marca de 100 mil unidades por ano. Para isso, a linha de montagem será compartilhada com o 500e, mantendo a herança elétrica, mas diversificando a oferta para atender diferentes perfis de consumidor.
Visão de futuro para o mercado global
A estratégia da Fiat com a nova versão híbrida do 500 não se resume à Europa. Apesar de ainda não haver confirmação oficial, o uso do motor 1.0 Firefly, presente em diversos modelos da Stellantis no Brasil, pode indicar um caminho natural para nacionalização dessa tecnologia em futuras gerações de compactos por aqui — especialmente considerando que o Argo será aposentado em breve e um novo projeto baseado no Panda está previsto para depois de 2027.
Atualmente, o Fiat 500 é oferecido no Brasil apenas na versão elétrica ICON, com preço inicial de R$ 214.990, o que restringe seu alcance a um público mais seleto. A chegada de uma variante híbrida, mais acessível e com componentes compartilhados com a linha nacional, abriria espaço para reposicionar o modelo no mercado e democratizar o acesso ao seu visual marcante.