Fora do cockpit dos monopostos da Fórmula 1, George Russell agora pilota algo tão impressionante quanto os carros de corrida que conduz nos finais de semana de Grande Prêmio. O britânico da equipe Mercedes foi presenteado com um verdadeiro ícone da engenharia automotiva: o Mercedes-AMG One, um dos superesportivos mais avançados e exclusivos já produzidos.
Com produção limitada a apenas 275 unidades no mundo, o modelo carrega o mesmo DNA da F1, com soluções tecnológicas herdadas diretamente das pistas — e uma ficha técnica que beira o inacreditável.
Supercarro com alma de Fórmula 1
Desenvolvido pela divisão esportiva da Mercedes-Benz, o AMG One representa uma síntese extrema entre automobilismo e carro de rua. O modelo é equipado com um conjunto motriz híbrido derivado da Fórmula 1, que combina um motor V6 1.6 turbo a gasolina com quatro motores elétricos, compondo o sistema MGU-K, capaz de regenerar energia cinética e reaproveitá-la de forma inteligente.

Juntos, esses motores entregam 1.063 cv de potência, com funcionamento coordenado para desempenho e resposta em tempo real. Dois motores elétricos atuam nas rodas dianteiras, criando tração integral; o terceiro aciona o turbocompressor para eliminar o temido turbo lag; e o quarto se conecta diretamente ao motor a combustão — que gira até 11.000 rpm. Tudo isso controlado por uma transmissão automatizada de sete marchas com trocas projetadas para manter o propulsor sempre no pico do rendimento.
Performance que desafia a física
Com esse arsenal, o Mercedes-AMG One acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos. Em 15,6 segundos, ele já atinge 300 km/h — marca que supera inclusive o tempo de aceleração de muitos carros de rua até os 100 km/h. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 352 km/h, respeitando as diretrizes de segurança para um modelo de produção, mesmo que esteja a poucos ajustes de virar um carro de corrida completo.

O carro também se destaca por bater o recorde de volta mais rápida para um modelo de produção no icônico circuito de Nürburgring Nordschleife, com o tempo de 6 minutos e 29 segundos — algo antes inimaginável para um carro legalizado para as ruas.
Engenharia alemã e exclusividade absoluta
A carroceria do AMG One é construída com materiais ultraleves, priorizando rigidez e aerodinâmica. O modelo oferece seis modos de condução, que ajustam o comportamento da suspensão, entrega de potência, resposta do acelerador e da transmissão, adaptando o carro tanto ao uso urbano quanto à pilotagem extrema. Além disso, o modelo possui sistema de asa ativa, semelhante ao DRS da F1, que pode ser acionado diretamente no volante para reduzir o arrasto e aumentar a velocidade em retas.

No caso de Russell, o modelo recebido leva o número 63 estampado nas laterais — o mesmo que o piloto usa em sua Mercedes de Fórmula 1 — reforçando a conexão entre o piloto e sua máquina de rua. “É inacreditável pensar que esse motor é uma versão modificada do F1 que pilotei em 2015”, comentou Russell em suas redes sociais, com evidente orgulho e admiração pelo veículo.
Um privilégio para poucos
Na época do lançamento, cada AMG One custava cerca de US$ 2,75 milhões — o equivalente a R$ 15 milhões em conversão direta. Contudo, o valor de mercado atual mais do que dobrou: hoje, um exemplar pode ser arrematado por até R$ 30 milhões, considerando sua raridade e status de obra-prima automotiva.
Não é por acaso que figuras como Valtteri Bottas, Nico Rosberg e Lewis Hamilton também garantiram seus exemplares — o último, inclusive, teria presenteado seu pai com uma unidade do AMG One. Trata-se, afinal, de um automóvel que vai além da velocidade: ele representa uma era de ouro da engenharia esportiva, unindo sustentabilidade, potência e tradição da forma mais pura que se pode encontrar em um carro homologado para as ruas.